Empréstimos para aposentados – 6 cuidados para ter desde já

No fim do ano de 2020, o Governo Federal anunciou uma nova medida e novas regras para o empréstimo consignado para aposentados e pensionistas. Ele ficou chamado de novo consignado e passou a permitir que essas pessoas pudessem comprometer até 40% da renda. 

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Assim, o valor passou a ser dividido da seguinte forma: 5% para o cartão de crédito consignado e 35% para o empréstimo mesmo, em parcelas. O novo limite tem a ver com o salário que a pessoa consegue comprovar. O aumento é de 10%, já que antes o máximo era de 30%.

Foto: (reprodução/internet)

O que é o empréstimo consignado

Antes de a gente levar o assunto a diante, vamos considerar que o crédito consignado é visto como um dos mais baratos do mercado. O principal motivo é que ele está atrelado ao salário ou benefício da pessoa. Assim, os bancos e instituições tem baixa taxa de inadimplência. 

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Ou seja, é mais garantido que a pessoa vá pagar as prestações, sem atrasar, por exemplo. Por isso, as instituições possuem taxas menores. Para se ter uma ideia do quanto barato é isso, a gente pode comparar com os juros do cheque especial que são os mais altos do mercado.

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Na média, entre 2019 e 2020, a taxa de juros do crédito consignado ficou em 24,4% ao ano enquanto que a do cheque especial ficou em 301,4% ao ano. Já o empréstimo pessoal, que é um dos mais solicitados no mercado, teve taxa média de 122,2% ao ano, ficando no meio-termo. 

Os exemplos do novo consignado

Para entender todas as dicas acima e saber como elas são importantes para os beneficiários desse novo consignado, a gente trouxe aqui dois exemplos simples. O primeiro é sobre um empréstimo de R$ 10 mil para um aposentado que recebe 1 salário mínimo (R$ 1.045).

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Foto: (reprodução/internet)

Além disso, estamos pensando em uma taxa de 1,7% ao mês. Nesse caso, na regra antiga (30% do salário), a pessoa só poderia ter uma parcela de até R$ 31350. Então, na simulação, a gente teria o pagamento de 47 parcelas de R$ 310,68, somando R$ 14.601 em todas as prestações.

Na nova regra (35%), a pessoa pode ter uma parcela de até R$ 365,75. Logo, o resultado seria 38 parcelas de R$ 359,40, o que soma R$ 13.657,20. Logo, a nova regra é boa? Depende do ponto de vista. Ela é mais curta e com valor final menor. Só que com valor da parcela mais alto. 

Como usar o novo consignado do jeito certo

Se você precisa de um empréstimo, saiba que, de fato, o consignado poderá ser a sua melhor opção devido às taxas. Porém, como vimos no exemplo acima, as parcelas podem ser mais altas a partir das novas regras. Então, isso faz com que seja preciso mais atenção do cliente. 

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O principal motivo é que com uma parcela mais alta, ainda que em menos tempo, a pessoa pode se complicar – a se considerar que ela tem outras contas a serem pagas também. E para que isso não aconteça, a gente foi buscar alguns conselhos de especialistas. Confira!

6 – A organização das finanças pessoais

Essa primeira dica é homônima entre todos os especialistas. Eles concordam em dizer que é preciso controlar as finanças porque quem não faz isso tem sérios problemas na hora de pegar o empréstimo, pagar as parcelas e conseguir resolver os problemas que possui, inclusive, as dívidas. 

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Logo, a dica é focar nos hábitos de consumo que estão negativando as contas. Depois, optar apenas pelo que é essencial e diminuir tudo o que for possível, como planos mais baratos de TV, de celular, de energia, de água e tudo mais o que tem a ver com as contas domésticas.  

No caso do aposentado, que representa a maioria das pessoas que solicitam o consignado, há uma dica extra sobre o orçamento: lembrar que há gastos variáveis, como a compra de remédios. Por isso, a dica é sempre montar uma reserva financeira para esses eventos.

5 – O estudo da parcela do empréstimo

Essa próxima dica já é bem mais focada no novo consignado. Como a gente viu acima, ele pode sim ser vantajoso. Por outro lado, como também foi possível ver no exemplo, a parcela tende a ser mais alta. E isso pode ser um problema para quem já tem muitas contas. 

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A ideia é que a pessoa estude muito bem o quanto ela poderá pagar por mês sem que fique presa à questão de 30%, 35% ou 40%. Assim, uma boa dica é saber qual é o valor que vai se enquadrar no orçamento. Talvez, 20% da renda já seja um valor alto demais.

O que eles dizem é que não é porque o governo liberou até 40% que a pessoa tem que comprometer tudo isso. Obviamente, esse alto comprometimento das finanças vai inibir a pessoa de conseguir fazer outras compras, independentes de quais elas seja. 

4 – A comparação das taxas de juros dos empréstimos

A dica número 4 também é focada nos empréstimos. Saiba que a nova regra fala sobre o limite da parcela com base no salário. Porém não fala sobre as taxas de juros. Sendo assim, o que você precisa saber é que cada banco e instituição pode fazer a sua cobrança. 

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Inclusive, quanto mais tempo você levar pagando o crédito, com certeza, mais vai pagar de juros também. Portanto, uma boa dica é sobre pesquisar tudo isso: valor da parcela, taxa de juros, prazo de pagamento, etc. Isso vai permitir uma escolha mais assertiva. 

Com base em informações do próprio INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), os juros do crédito consignado não podem passar dos 2,08% ao mês. No entanto, o que se vê é que isso nem sempre acontece na prática. A sua escolha deve se com taxas menores que isso.

3 – As outras alternativas de empréstimo

Apesar de o consignado ser um dos mais indicados, considere que nem sempre ele poderá ser viável para você. Isso porque ainda que o banco tenha mais facilidade, dependendo do relacionamento com o cliente, ele acaba negando esse tipo de oferta. 

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Em outros casos, o motivo pode ser que o cliente não quer mesmo ter aquelas parcelas debitadas da conta. O fato principal é que sempre há alternativas no mercado para quem não quer o crédito consignado e sim outro, que seja mais econômico e com taxas menores.

Nesse caso, a dica é sempre evitar o cartão de crédito e o cheque especial porque eles não se encaixam em crédito barato. Além disso, a recomendação é sobre conhecer outros produtos, como é o caso do empréstimo com garantia, que pode ser de imóvel ou de carros e motos. 

2 – Os motivos para solicitar o empréstimo consignado

Outro cuidado tem a ver com as suas motivações para solicitar esse tipo de crédito. Isso porque o empréstimo consignado é pessoal, ao passo que poderá ser usado para quaisquer fins que você julgar interessante, como um vazamento de água ou a compra de um remédio.

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Só que os especialistas dizem é que por se tratar de um empréstimo, que pode ser pago em até 7 anos, o ideal é que ele seja usado de forma eficiente. Por exemplo, jamais use para fazer compras do dia a dia, como do supermercado ou de roupas ou outros desse tipo. 

Sem contar que é um grande erro fazer empréstimo em nome de outras pessoas, mesmo que sejam parentes próximos, como irmãos, pais, filhos. 

1 – O cuidado com o caso do desemprego

Para quem está aposentado e recebendo o benefício do governo, essa dica não vale. Mas, para quem trabalha com carteira assinada e consegue o crédito consignado, a dica é sobre saber que em caso de demissão será preciso quitar as prestações todas de uma só vez. 

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Assim, geralmente, usa-se o acerto empregatício para isso. Porém, quando não se tem direito a esse direito, então o trabalhador terá que ir até o banco ou instituição financeira renegociar a sua dívida, seja fazendo um novo empréstimo ou encontrar formas de quitar ele. 

Agora, no caso do desemprego, em caso de morte, é preciso verificar como fica o contrato. Na maioria das vezes, os herdeiros serão responsáveis por quitar o débito junto ao banco. De todo caso, há alguns contratos que permitem uma espécie de seguro também. 

Cuidado com as fraudes

Também é importante frisar aqui que o crédito consignado, por ter os aposentados como boa parte do público, tem sido alvo de golpistas no país todo. Assim sendo, o ideal é que se tenha cuidado com ele. A dica é não contratar através de links de WhatsApp ou e-mail.

Além disso, evite passar informações por telefone, já que você nunca terá certeza sobre quem estará do outro lado da linha. E tem mais: se estiver com dúvidas ou nunca fez isso antes, peça ajuda a alguém mais jovem, que tenha facilidade em lidar com tecnologia e finanças.