É curioso notar que, assim como no futebol, no rúgbi os melhores salários são pagos, geralmente, para quem ocupa uma determinada posição. No caso, estamos falando dos “segundas linhas”. A média de quem veste a camisa 4 ou 5 é maior entre as outras posições.
Mas, de quanto estamos falando exatamente? É para responder essa pergunta que criamos esse conteúdo. Você vai ver que na Europa, que é onde tem as principais ligas de rúgbi, estão os salários mais altos e vai ver também que eles não são tão impressionantes quanto parece.
Os salários dos jogadores de rúgbi
Há algum tempo tem se discutido as histórias por trás dos salários dos jogadores de rúgbi. Um dos casos que vamos contar abaixo, do Dan Carter, ilustra bem isso. O motivo é que apesar de o esporte ser muito popular no mundo todo, os salários são considerados baixos.
Isso pode ter a ver com a profissionalização do esporte. Para se ter uma ideia, a Rugby Union nasceu somente em 1995, sendo que até esse ano nenhum jogador de rúgbi recebia salários. Ou seja, era um esporte amador. O Rugby League estreou antes, em 1895, sem sucesso.
Ainda há de se considerar que o rúgbi é um esporte que tem aquela ideia do “teto salarial”, sendo que as principais ligas do mundo limitam um valor para os clubes gastarem com a folha salarial anual dos times, o que não é muito aceito em esportes coletivos diversos.
Qual é o teto salarial do rúgbi
A NSWRFL é a New South Wales Rugby Football League, sendo uma das mais disputadas do mundo e que atualmente atua como órgão regulador da liga de rúgbi na Austrália, Nova Zelândia e toda região. Foi ela que introduziu a liga em 1907 e é a mais tradicional.
No ano de 1990, eles criaram a ideia do teto salarial, que é uma forma de igualar os salários entre as equipes de rúgbi do país. Na época, especialmente as que disputavam a Taça Winfield.
Hoje, o que se tem conhecimento é que em 1998 o teto salarial era de US$ 3,25 milhões e o mínimo ficava em US$ 55 mil. Atualmente, no ano de 2021, fala-se em US$ 9,9 milhões como teto máximo e US$ 120 mil como teto mínimo. E clubes recebem subsídios de US$ 13 milhões.
Esse teto salarial realmente funciona?
Em termos práticos, a gente não pode dizer que sim ou que não. O fato é que ele tende ao objetivo pelo qual foi proposto: criar um máximo e um mínimo para igualar os salários de jogadores de rúgbi.
O que se sabe de fato é que os órgãos fiscalizadores ficam bem em cima disso. Sendo que praticamente todos os anos há casos de tentativas de violação dessas regras.
Somente em 2017, por exemplo, a Canterburry foi multada em US$ 61 mil depois que se descobriu a violação do teto salarial na temporada de 2016. No mesmo ano, o Manly-Warringah foi acusado de ter feito o mesmo. Porém, eles contestaram.
Os jogadores com maiores salários do rúgbi
Conhecendo essa história e cronologia, hoje você vai ler um texto que foi produzido de uma forma diferente. Nós vamos trazer aqui os salários dos jogadores de rúgbi sim, porém, vamos criar uma espécie de linha do tempo para você ter uma ideia do aumento de salários.
Ou seja, ainda que os valores sejam considerados baixos, se comparados com os salários do futebol, é legal observar quem foram e quanto ganhavam os jogadores de rúgbi nos anos anteriores. Mas, sim, também vamos falar dos salários atuais, por isso, leia até o fim.
Ah e para se ter uma ideia melhor de comparação, considere que no Brasil a média salarial de um jogador de rúgbi profissional fica entre R$ 2,8 mil e R$ 3 mil, o que não passa dos R$ 36 mil no ano. Isso conforme a atuação na Confederação Brasileira de Rugby.
Richie McCaw (2011)
Esse tópico talvez seja o menor porque é o que menos se tem informação de forma concreta. O que se sabe é que o Richie foi o capitão dos All Blacks durante as Copas do Mundo desses anos de 2010 até 2015.
E estima-se, conforme o noticiário local, que ele tinha um salário que era de US$ 750 mil. Outra curiosidade é que após a Copa de 2011, ele tirou 7 meses de um “ano sabático” para se recuperar de lesões. Voltou ao Crusaders para fazer história no Super Rugby.
Jonny Sexton (2013)
No ano de 2013, o atleta do rúgbi europeu com o maior salário era Jonny Sexton, que foi vendido para o Racing, da França. Na época, a decisão dele foi motivada por um salário de 55 mil euros mensais.
Curiosamente, com esse salário, a temporada do campeonato francês de rúgbi foi uma das mais valiosas em termos de salários pagos aos atletas. Isso porque Jonny Wilkinson e Bryan Habana também haviam conquista o posto mais alto de rendimentos.
Em 2014, ele esteve entre os finalistas do prêmio de melhor do mundo. E em 2018, o irlandês venceu o prêmio, deixando para trás nomes como de Beauden Barrett, que havia vencido em duas ocasiões, além de Rieko Ioane e Faf de Klerk.
Dan Carter (2015)
O Dan tem uma história curiosa. No ano de 2015, ele foi considerado o primeiro jogador a conseguir uma barreira incrível em termos de salários no rúgbi. O jogador da Nova Zelândia optou por sair do seu país, onde jogava pelo Crusaders, para ir jogar pelo Racing, da França.
Para isso, a proposta aceita falava em um valor de 1,4 milhões de libras anuais. Logo, ele foi considerado o primeiro a ultrapassar a barreira de um milhão no rúgbi em termos de salários.
Apesar do salário estratosférico, na época, toda a imprensa comparou o valor com o de grandes jogadores de futebol, afirmando que ainda assim “era baixo”. Carter ajudou na popularização do esporte, que foi considerado o segundo mais popular do mundo.
Bauden Barrett (2018)
Esse é um nome curioso do rúgbi, assim como tem um fato curioso por trás e você vai entender. Beauden fez muito sucesso no rúgbi japonês, sendo que foi eleito o melhor do mundo em 2016 e 2017 – inclusive, vencendo Maro Itoje, que você vai conhecer abaixo.
Isso fez com que a estrela do esporte fosse bem-vista por vários países e clubes. Assim, um clube francês chegou a oferecer algo como 3,4 milhões de dólares para ele após a Copa do Mundo daquele ano. Essa transferência iria triplicar o salário do jogador.
No entanto, o jogador só jogou em clubes japoneses, como o Taranaki e o Hurricanes, da Nova Zelândia, o seu país natal.
Maro Itoje (2021)
Em um TOP 3 dos melhores salários pagos em 2021, nós temos o inglês Itoje, que defende o Saracens e recebe, por ano, 800 mil libras.
E há um fato curioso sobre ele. Até 2018, apesar de ser estar na lista dos finalistas, ele nunca venceu o prêmio de melhor do mundo. Por exemplo, perdeu a disputa para o neozelandês Barrett em duas ocasiões, 2016 e 2017.
Charles Piutau (2021)
Atualmente, o Piutau é o jogador mais bem pago do rúgbi, ao lado de outro, que vamos mencionar abaixo. O Charles é um neozelandês que joga pelo Bristol, da Inglaterra. O rendimento é de 1 milhão de libras anuais. Ele joga como ponta e fullback.
Há dois fatos curiosos sobre o Charles. O primeiro é que com 29 anos, ele é um dos mais rodados do esporte. Passou pelo Auckland (Nova Zelândia), Blues (Nova Zelândia), Vespas (Inglaterra), Ulster (Irlanda) e Bristol (Inglaterra).
Além disso, jogou pela seleção da Nova Zelândia desde 2010, inclusive, na base. Mas, ao sair do país, ele também saiu do All Blacks.
Handré Pollard (2021)
Handré é da África do Sul e atualmente campeão do mundo com a sua seleção. Assim como Piutau, ele tem um salário de 1 milhão de libras por ano. O Handré atua pelo Montpellier, da França.
Nascido em 1994, ele começou a carreira em 2013 na equipe amadora do UP Tuks, em Pretória, no seu país de origem. Em 2013 foi para o Blue Bulls, do mesmo país. E depois para Touros, também da África do Sul.
Só que em 2015 foi contratado pelo clube japonês NTT. Dois anos depois voltou ao Blue Bulls até que em 2019 assinou contrato com o Montepellier, da França. Pela África do Sul, ele participa desde o sub-20 e no profissional já marcou 457 pontos.
Transferências podem custar caro para jogadores de rúgbi
Para ilustrar um pouco mais dessa questão de salários e transferências, saiba que a decisão de um dos jogadores citados aqui, o Carter, não foi tão fácil de ser tomada. Isso porque a Nova Zelândia tem uma política de convocar apenas jogadores que atuam no país.
Assim, a All Black, como é chamada a seleção neolandesa não contou mais com a participação do Dan. O objetivo é manter um alto nível de competividade no país. Mas, a questão financeira, de outros países, pode agradar os jogadores mais do que a camisa da seleção.