Se todas as vezes que você ouve falar que alguém é PhD você logo pensa em uma pessoa rica é preciso tomar muito cuidado. Isso pode ser verdade ou não. O importante é saber que não se trata de uma profissão de alto escalão e sim de um título usado na formação do profissional.
Uma boa ideia é você começar a ver esse profissional como alguém que dedicou boa parte da vida nos estudos, em pesquisas, no aperfeiçoamento de um conteúdo. E, de fato, isso pode levar ele a ser alguém rico, que acumulou patrimônios. Mas, essa não é a regra, está bem?
Quem tem PhD (e você não sabia)
Por fins de curiosidade, a gente vai começar o texto citando três nomes de pessoas que tem ou tinham PhD e você nem sabia. Seremos breves, mas isso vai deixar você motivado para saber mais do assunto. E só para considerar: quem tem PhD tendem a ter salários mais altos. Veja só.
Angela Merkel é considerada a primeira mulher a ocupar um cargo máximo no governo alemão. Ela é formada em física e química. E é uma PhD em Química Quântica. Outro nome é de Brian May, guitarrista da banda Queen, que é PhD em astrofísica.
Por fim, um último nome que vale a pena citar aqui é de ninguém menos do que Martin Luther King Jr, ele é PhD em teologia, sendo um dos ativistas mais lembrados de todos os tempos. A formação inicial foi em divindade, depois em teologia e ele ganhou Nobel também.
De onde surgiu o PhD
PhD vem da expressão “philosophiae doctor”. E “philosophiae" é uma palavra grega que quer dizer algo como “amor ao conhecimento” e não “filosofia” enquanto matéria. Portanto, entendendo a tradução das expressões fica fácil entender o que é PhD.
Assim, na explicação mais simples, a gente tem um título concedido a quem consegue chegar ao final dos estudos de uma determinada área. Ao menos, era isso que significava há algum tempo atrás, já que hoje a gente sabe que nenhum estudo chega, inteiramente, ao fim.
Para sermos mais exatos, na prática, o título é concedido as pessoas que atingem um nível acadêmico mais alto possível da sua carreira. Ou seja, temos, portanto, o PhD como um título muito próximo do que indica um doutorado. Mas, há diferenças.
A diferença entre PhD e doutorado
O PhD é um tipo especifico de doutorado. Ou seja, ele é focado em pesquisa. Por exemplo, quando você ver a sigla PhD saiba que está voltado para a pesquisa em qualquer área.
Já quando ler ou ver sobre M.D entenda que é um doutor em medicina. E J.D é um doutor em direito. O Ed.D é um doutor em educação. E o PhD seria um doutor em pesquisas de alguma área, entendido? É simples entender isso.
Em países como os Estados Unidos também é comum encontrar doutores em D.B.A., que seria um doutorado em administração de empresas. Ou o Th.D, que seria um doutor em assuntos de teologia e estudos da religião.
A carreira teórica
Outro ponto para entender isso é considerar que a maioria dos doutorados seguem carreiras práticas, com foco profissional, orientando na prática. O D.B.A, por exemplo, quase sempre acaba atuando em posições de gestão de negócios, em uma companhia.
Por outro lado, tanto o PhD como o ThD atuam de forma teórica, na pesquisa, no conhecimento sem o viés profissional. Ou seja, esses profissionais, de modo geral, quase sempre pleiteiam áreas da pesquisa e fazem dissertações sobre o tema.
Assim sendo, é uma opção interessante para quem busca esse direcionamento acadêmico, como pesquisador ou até mesmo como professor universitário, mas pouco como um profissional do mercado – ainda que universidades estejam tentando unir os assuntos.
Como se tornar um PhD
Se você se interessou pelo tema, pode ser que agora esteja se perguntando sobre como entrar nessa especialização, correto? Considere que há vários programas que permitem isso, sendo a maioria internacional, dos Estados Unidos ou da Europa.
Assim, o prazo de estudo pode variar de 4 até 8 anos. De modo geral, os programas de PhD incluem 3 anos de estudos e mais uma dissertação que tem que ser apresentada como projeto de pesquisa – o foco é criar novos conhecimentos ou gerar uma nova publicação.
Portanto, o estudo nesse tempo inclui aulas expositivas e a realização dos projetos de pesquisas, que envolvem a parte teórica e também a prática, que pode vir com experimentos, por exemplo. Em todo caso, há a formação de uma equipe, com professores e orientadores.
Quem pode se tornar um PhD
A primeira exigência é que o interessado tenha um curso bacharelado. Depois, ele pode ir para o caminho do PhD, sendo que tem que considerar os programas de doutorado. Em alguns casos, esses programas também podem exigir um mestrado após a graduação.
De todo modo, para ser aprovado é preciso apresentar um bom trabalho cientifico, que tenha um tema relevante, com histórico acadêmico e profissional.
O que se sabe também é que ter uma boa relação com doutorado pode tornar possível fazer novos contatos com os futuros orientadores. Isso porque sempre será preciso convencer eles de que você tem nas mãos uma boa ideia de pesquisa e que seja importante.
Qual é o processo para fazer um PhD
Geralmente, tudo vai depender da universidade. No Brasil, na Argentina e em outros países da América do Sul, por exemplo, será preciso fazer um doutorado antes de ir para o PhD. Já nos Estados Unidos e na Europa dá para pular essa etapa.
Assim, após concluir a graduação, o aluno pode ir direto para o PhD e essa entrada direta (direct entry) parte de uma inscrição. Elas são feitas nos próprios programas de pós-graduação e os requisitos variam de universidade para universidade.
Na maioria das vezes, a inscrição é a submissão de um trabalho para um professor especifico, que vai avaliar o tema e outros requisitos. Ele mesmo pode confirmar a sua aceitação no programa de PhD e depois é só enviar os documentos do edital de seleção.
As dicas para quem vai fazer um PhD
Se você tem mesmo o interesse nesse tipo de carreira, saiba que há algumas dicas que são valiosas para a sua entrada no campo de pesquisa. A primeira é considerar que os processos de seleção são bastante competitivos e com poucas vagas.
Depois, eles são considerados holísticos. Ou seja, possuem números limitados de vagas e poucas vagas, fazendo com que os elementos individuais, as notas acadêmicas e os resultados em testes tenham papel importante durante todo processo seletivo.
Por fim, a proposta de pesquisa deve considerar como necessária. Logo, a ideia do estudante vai partir daquele pressuposto. Por isso é muito importante que o tema/assunto seja realmente de interesse do candidato.
As bolsas para PhD
Outro ponto legal de ser comentado aqui tem a ver com as bolsas de estudo. Geralmente, as universidades ofertam auxílio financeiro para os candidatos que são aprovados. Por outro lado, para quem vai custear por conta própria, saiba que o custo é elevado.
Assim, as bolsas “full-ride” são bem interessantes porque cobrem taxas, custos e outras despesas. Elas também dão descontos em mensalidades ou até cobrem a mensalidade integral. Por fim, as bolsas são possíveis em universidades públicas ou particulares.
Uma alternativa são as assistantships, que concedem direitos a assistências nos cursos de pós-graduação. Assim, permitem uma troca: onde o aluno atua em cargos como se fossem estágios em troca da bolsa e da ajuda de custo. É como um programa de trainee.
Quem tem PhD ganha mais?
Para terminar o texto, a gente volta ao assunto início do artigo: será que quem tem formação em PhD ganha mais? A resposta quase sempre é positiva, apesar de não ter regra. No entanto, é preciso entender que o PhD, como falamos, não é focado no mercado de trabalho.
Assim, é uma espécie de estudo que vai agregar muito valor na carreira da pessoa como um todo e não apenas um cargo dentro de uma empresa. De qualquer modo, várias pesquisas indicam que quem tem PhD ganha mais do que quem tem só doutorado ou mestrado.
E quem tem mestrado ou doutorado tende a ganhar mais do que quem só tem graduação. A média é a de 84% para quem tem PhD e 35% para quem tem mestrado, por exemplo. No fim, entre alguém que só tenham graduação e um PhD, a diferença pode ser de 170%.
O salário do professor
Por outro lado, como também mencionamos, quem tem PhD pode se ocupar do cargo de dar aulas para universidades, o que é muito mais comum do que entrar no mercado de trabalho tradicional. E, nesse caso sim, a diferença é muito grande.
Um professor com PhD terá um valor por aula dada muito maior do que quem tem doutorado, que terá um salário maior do que quem tem mestrado, que terá um salário maior do que quem tem só graduação. Aliás, poucas universidades aceitam quem tem só graduação.